8 de out. de 2009

Barulho debaixo do bloco

Quem me dera morar numa mansão bem grande, com o vizinho mais próximo a quilômetros de distância, onde só se ouve o barulho do silêncio. Mas não. Vim morar num apartamento de frente pra comercial e que fica no meio do caminho pros bares da cidade. Resultado: chove bebum fazendo arruaça e acordando a vizinhança de madrugada. Aliás, esse problema dos bares perto da área residencial só não incomoda quem não mora perto dos bares.
É sempre a mesma ladainha. Os grupinhos sempre param em frente ao meu bloco e ficam batendo papo (esse papo ecoa pelo bloco todo e parece que estão dentro do meu quarto) mas, o pior que ter que agüentar o barulho do papo é o teor desse papo. Já que a maioria de arruaceiros é masculina, eu acabei descobrindo o que os homens realmente pensam das mulheres e que só dizem quando estão bêbados e na companhia de outros homens. Ou seja, por um lado, fico num ponto estratégico para descobrir os segredos masculinos e acabo me sentindo como uma mosquinha no clube do bolinha.
Grande coisa, eles só falam o que as mulheres estão carecas de saber, sexo, sexo e sexo. Sem meias palavras, eles descrevem sim, a transa que tiveram, mais a boa do que a ruim, se foi ruim a culpa foi da mulher que não soube fazer direito (nunca, jamais, em tempo algum, a culpa é deles). Também dizem em alto (muito alto) e bom som todas as fantasias sexuais que fazem com as mulheres (e todas se resumem a uma só, comer o c...)! E não pensem, vocês leitoras, que eles são discretos, nãnãninãnão! Eles dão detalhes e citam nomes! Pois é, eu sei por exemplo, que a Luciana só dá o c... pro Gustavo (ele acha isso) e que a Patrícia não pode dar o c... pra ninguém porque é muito magra e se o Paulo pegasse ela, ia rachar no meio! (E eu sou obrigada a ouvir esse tipo de coisa toda noite, minha gente!? Help me!).
E para finalizar, eles sacaneiam com requintes de crueldade o amigo que pegou uma baranga (e teve a cara de pau de dizer que era porque estava bêbado). Quando fazem aquele pitstop pra desaguar na árvore, ou no poste (ou no que estiver mais próximo), aproveitam pra dar aquele tapa na pantera e a fumaça teima em subir pro meu quarto (quantas vezes fui dormir às gargalhadas e na manhã seguinte tive que explicar aos meus pais que eu não era usuária de drogas).
Isso tudo sem contar com a visão ultrajante do meu pai vestido de cueca furada e puída (praticamente um nada tapando coisa alguma) correndo pela casa, gritando pega ladrão porque sempre tentam roubar o carro dele. E ele sempre corre que nem louco, querendo descer armado e só de cueca (talvez isso traumatizasse os ladrões, a cueca e não a arma) e a minha mãe de touca no cabelo, correndo atrás dele tentando vesti-lo com uma bermuda (adivinha o estado das bermudas dele?). Enfim, essa é uma das minhas típicas noites de sono.

5 comentários:

  1. kkkkkkk......e o pior é que é tudo verdade.
    Principalmente a cueca puída, que um dia foi branca....ehehehe

    ResponderExcluir
  2. Auhauahauha! ALguns homens têm conversas melhores... e não tem essa fissuração com comer c..., é a modernidade.

    ResponderExcluir
  3. O que os homens pensam. Nossa, eu ia dizer pra você vender essa informação. Mas analisando com cuidado, todas já imaginávamos que o assunto dos homens é esse mesmo. Na boca do homem só se fala em c... porque em ambos só sai merda.

    ResponderExcluir
  4. Não são ainda Homens, seriam, como eu, machos, e pensam com o cérebro que está situado na cabeça inferior, abaixo do umbigo. Só pensam em realizar aquilo, e se esquecem que toda ação é reacionária, REAGE! tem reação! Dolorida paca. Tatu, cutia, não. Ainda não chegamos na fase do KIKOSSÔ, DONKOVIM, ONKOTÔ, PRONCOVô. Mas de tanto levar peia, pancada, chegaremos a essa fase. Gozação é coletiva, dor é individual.

    ResponderExcluir
  5. Por "acauso" o atualíssimo alerta foi postado num curiosos instante: 17:34... a carapuça encobriu 'um incerto anônimo' até os pés!!! "FALAR É BOM - CALAR É MELHOR. PENSAR É NECESSÁRIO - INTUIR É SUFICIENTE

    ResponderExcluir

Quer dizer, diz, não quer dizer, não diz!